Por: Louyse Diniz e Roseane Nabas
O mês de maio está chegando ao fim. Ainda assim, traz uma reflexão importante que merece destaque o ano inteiro: estamos falando do Maio Roxo, que chama a atenção sobre diversas doenças, como a Doença Inflamatória Intestinal.
Pensando nesta importante campanha, decidimos falar um pouco mais sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais e também como a Terapia Nutricional pode auxiliar no tratamento delas. Fique conosco e Leia Mais!
O que são as Doenças Inflamatórias Intestinais?
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são caracterizadas pela existência de uma inflamação crônica, que tem como alvo preferencial o trato gastrointestinal, na porção do intestino onde ocorre a digestão e a absorção de nutrientes, envolvendo frequentemente outros órgãos e sistemas, com períodos ativos e outros de remissão. Dentre as principais doenças desse grupo podemos destacar a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RU).
A RU e a DC apresentam manifestações clínicas semelhantes, como dores abdominais, diarréias recorrentes, sangue nas fezes, alguns episódios de febre, diminuição de apetite nos períodos de exacerbação da doença e risco aumentado para desenvolvimento de câncer de cólon. No entanto, são distintas quanto à sua localização: a DC pode ser observada ao longo de todo o trato gastrointestinal, enquanto que a RU se restringe ao intestino grosso.
Devido aos seus inícios precoces, cursos da doença e a falta de cura e controle adequado para a maior parte dos indivíduos afetados, as DII apresentam um grande impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes. Dessa maneira, a terapia nutricional visa reduzir sintomas desconfortáveis, repor fluidos perdidos, prevenir deficiências de vitaminas e minerais e fornecer uma ingestão calórica adequada.
A Terapia Nutricional no tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais
Pacientes com DII apresentam diferentes intolerâncias alimentares. Neste sentido, enquanto um paciente pode apresentar intolerância a um certo alimento, outro não. Sendo assim, é importante identificar alimentos que efetivamente ocasionam efeitos adversos e evitar consumi-los.
De uma maneira geral, deve-se manter uma dieta diversificada e rica em nutrientes. No entanto, na presença de sintomas, algumas dicas podem auxiliar no alívio:
– Comer pequenas porções nas refeições;
– Fazer refeições mais frequentes;
– Comer em ambiente tranquilo;
– Evitar alimentos desencadeantes;
– Limitar alimentos com fibras insolúveis (isto é, sementes, grãos, vegetais de folhas verdes, frutas laxativas e farelo de trigo);
– Reduzir a quantidade de alimentos gordurosos ou fritos.
Aposte na ingestão hídrica. Evite alguns tipos de fibras!
É importante manter uma boa ingestão hídrica, principalmente quando houver quadros de diarreia, pois pode haver risco de desidratação. Alguns líquidos, como água de coco ou soro caseiro, podem auxiliar na reposição de eletrólitos perdidos em casos de diarreia grave.
Ao ingerir o líquido, o paciente deve evitar o uso de canudos e beber lentamente, pois, assim, evita desconfortos causados pela entrada de ar no sistema digestivo.
O consumo de fibras nos períodos de crise pode ocasionar cólicas abdominais, inchaços e diarreias em algumas pessoas. No entanto, algumas fibras podem ajudar na redução dos sintomas, e para isso é importante conhecer os diferentes tipos de fibras.
A fibra solúvel possui a capacidade de reter água e reduzir o tempo de permanência dos alimentos no intestino, dessa maneira ela auxilia na redução da diarréia. Já a fibra insolúvel não possui essa capacidade de reter água e é mais difícil de digerir, fazendo o alimento se mover mais rapidamente pelo intestino.
Dessa maneira, pode agravar os sintomas, especialmente quando há inflamação grave. A maioria dos alimentos contém uma combinação de fibras, por isso, pacientes em crise devem cozinhar, descascar e remover sementes e grãos como alternativa para reduzir a ingestão de fibras insolúveis.
Cuidado: atente-se à absorção ideal dos nutrientes
Pacientes com inflamação no intestino podem ter interferência também na absorção de nutrientes, o que chamamos de má absorção. Os aminoácidos (das proteínas), ácidos graxos (das gorduras), açúcares (dos carboidratos), vitaminas e minerais são absorvidos principalmente nas duas últimas partes do intestino delgado (jejuno e íleo).
A má absorção e as deficiências de nutrientes tendem a ser mais significativas quando as maiores partes do intestino estão inflamadas ou precisam ser removidas cirurgicamente.
Com relação, principalmente ao grupo das proteínas, as pessoas com DII precisarão comer quantidades aumentadas deste macronutriente quando têm inflamação ou quando se recuperam dela.
Os tipos de proteínas animais (peixe, carne bovina, porco, aves, ovos e laticínios) contêm todos os aminoácidos essenciais; enquanto as fontes vegetais de proteína podem não conter todos os aminoácidos, mas ser consumidas em combinação para fornecer todas as proteínas necessárias.
Importante sempre escolher cortes de carne magra ou com pouca gordura e aves, principalmente, durante as crises da doença, porque o excesso de gordura pode levar à má absorção, além de piorar os sintomas indesejáveis.
Entre outras fontes proteicas, incluem-se os produtos à base de soja, legumes e grãos. Carnes, frutos do mar, leguminosas (feijões, grão de bico, soja, ervilha, soja), ovos, são excelentes fontes de proteína e também fornecem vitaminas e minerais.
Mantenha a boa nutrição: cuide da sua saúde!
A presença de uma DII ativa, como a DC ou a RC, tende a aumentar os requisitos de calorias, nutrientes e energia do organismo. Durante os momentos de crises das doenças, pode ser difícil manter a nutrição adequada. Mas manter uma boa nutrição ajuda a melhorar o bem-estar geral, promover a cicatrização e aumentar a imunidade, elevar os níveis de energia, além de aliviar alguns sintomas gastrointestinais.
Muitos indivíduos com DII podem consumir uma dieta normal durante os períodos de remissão da doença, mas precisam de um cuidado especial durante as crises.
Dessa forma, o planejamento alimentar adequado deve sempre levar em consideração os seguintes aspectos:
– Sintomas apresentados (diarreia, constipação, dor abdominal, entre outros);
– Localização da doença/inflamação; presença ou não de estreitamento no intestino delgado (estenoses);
– Se já teve alguma cirurgia prévia e a presença de deficiências nutricionais específicas (como a de ferro, por exemplo).
Se o método normal de ingestão de alimentos por via oral não estiver possibilitando o aporte calórico e absorção suficiente de nutrientes, faz-se necessário considerar outros métodos para nutrição desses indivíduos, como por exemplo a nutrição enteral e/ou a nutrição parenteral. Quando se torna necessário esse consumo de calorias extras ricas em nutrientes, essa suplementação pode ser obtida por meio de fórmulas que contêm quantidades equilibradas de proteínas, carboidratos, gorduras e vitaminas, sendo de suma importância a orientação e acompanhamento nutricional por meio de um profissional capacitado.
Tenha acompanhamento com profissionais especializados
Para seguir uma alimentação adequada, evitando ou tratando as Doenças Inflamatórias Intestinais, é fundamental ter o acompanhamento de nutricionistas, profissionais estes capacitados e especializados na área, indicando as melhores dietas e alimentos para ingestão.
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