Disfagia: entenda os sintomas, as complicações e a sua relação com o estado nutricional

Publicado em 06 de agosto de 2021

Equipe Nutrir

Por: Roseane Nabas

Você já ouviu falar em disfagia? Esse problema vem da má deglutição, que surge da dificuldade de engolir ou digerir alimentos ou líquidos. É comum interferir na saúde de idosos e pacientes com doenças neurológicas ou que sofreram algum trauma na boca ou garganta.

Para entender mais sobre esse assunto, conferir as suas complicações e saber como a nutrição pode auxiliar nesse tratamento, fique conosco!

O que é a disfagia?

Deglutir é um processo complexo, que envolve estruturas relacionadas à cavidade oral, faringe e esôfago. Através de um controle neural, o conteúdo oral é conduzido por essas estruturas até atingir o estômago. Qualquer dificuldade que possa ocorrer nesse processo de deglutição de alimentos ou líquidos, denomina-se disfagia.

De acordo com o Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia, o acidente vascular encefálico (AVE), uma das principais causas de morte no Brasil, tem como complicação mais frequente a disfagia. Além do AVE, outras condições podem provocá-la, incluindo traumas na boca ou na garganta.

Pacientes com disfagia podem ter problemas de saúde e necessidades nutricionais

Pacientes disfágicos comumente apresentam redução na ingestão alimentar como forma de evitar o desconforto causado ao deglutir e, consequentemente, apresentam baixa ingestão energético-protéica em relação às necessidades nutricionais, podendo evoluir para um quadro de desnutrição. 

A desnutrição secundária à redução do consumo de alimentos provoca perda de peso progressiva e redução de massa muscular, com diminuição da força dos músculos responsáveis pelo processo de deglutição, aumentando assim a gravidade da disfagia, gerando um ciclo constante.

A desidratação também é um problema frequente devido à necessidade de suspensão de líquidos ralos, a fim de reduzir o risco de aspiração. Alimentos líquidos e sólidos podem ser facilmente aspirados, ocasionando pneumonias por broncoaspiração. 

Fonoaudiólogo e nutricionista: profissionais responsáveis por tratar a disfagia

Diante disso, observamos a importância de uma equipe multiprofissional atuante para o tratamento da disfagia, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.

O fonoaudiólogo é capacitado para avaliar, definir e/ou alterar as condutas terapêuticas na disfagia, sendo responsável pela adequação na consistência dos alimentos de acordo com a condição e capacidade de deglutição do paciente. 

O profissional atua juntamente com o nutricionista, que analisa as necessidades nutricionais e orienta quanto a ingestão adequada de energia e nutrientes visando recuperar e/ou manter o estado nutricional.

Dieta e cuidados: o que e como comer as refeições

A dieta do paciente disfágico pode necessitar de uma modificação na consistência e textura dos alimentos, tanto sólidos, quanto líquidos, além de restrição de alguns alimentos considerados de risco para broncoaspiração, como cereais, alimentos fibrosos ou com sementes, por exemplo.

Existem alguns cuidados que podem ser tomados para facilitar e garantir uma segurança na ingestão dos alimentos por via oral, tais como:

– Comer lentamente;
– Mastigar bem os alimentos;
– Preferir alimentos mais macios e pastosos;
– Evitar alimentos duros e secos;
– Sentar-se ereto durante as refeições;
– Evitar se deitar logo após as refeições;
– Comer refeições menores, mais vezes por dia.

Modificar a consistência dos alimentos é uma estratégia que facilita a deglutição, pois  torna o fluxo do bolo alimentar lento e permite maior controle. Alimentos sólidos podem ser triturados ou amassados e os líquidos, espessados. As modificações na viscosidade podem ser obtidas com o auxílio de espessantes comerciais.

Faça uma avaliação detalhada 

O bem-estar do paciente disfágico depende de uma avaliação clínica detalhada e multiprofissional, como já citado aqui. 

É necessário uma indicação correta quanto à consistência adequada dos alimentos e dos líquidos e às necessidades nutricionais do paciente visando desfechos clínicos favoráveis, não somente quanto à segurança da deglutição, mas também quanto ao estado nutricional e de adesão ao tratamento.

Para isso, consulte profissionais capacitados de fonoaudiologia e nutrição, que entenderão suas dores e problemas, indicando o melhor tratamento.

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