Entenda a importância e os benefícios da proteína na Terapia Nutricional Enteral

Publicado em 14 de maio de 2021

Equipe Nutrir

Por: Louyse P. Vale Diniz

Saiba por que é importante ingerir a proteína na TN e confira todos os benefícios que esse nutriente oferece. 

Como já se sabe, a Terapia Nutricional (TN) possui um importante papel no combate à desnutrição, pois tem o objetivo de fornecer a quantidade necessária de nutrientes para o funcionamento do organismo. Além disso, mantém e recupera o bom estado nutricional, promovendo rápida recuperação e reduzindo o risco de complicações, tempo de hospitalização e a morbimortalidade. 

Os nutrientes que compõem uma alimentação por via enteral são, em geral, os mesmos componentes de uma dieta normal, consumida pela via oral. Em algumas situações específicas, pode haver exigências para modificações nos tipos de nutrientes utilizados e na quantidade e/ou forma de apresentação. 

Mas há um em específico que é ainda mais fundamental: a proteína. Continue lendo e entenda por que é importante a ingestão da proteína. 

A proteína na Terapia Nutricional Enteral

A ingestão de proteínas é essencial ao organismo devido à necessidade da presença de aminoácidos para importantes funções estruturais, motoras, metabólicas, hormonais e imunológicas.

Nos últimos anos, foi possível observar que a mortalidade hospitalar em ambiente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) havia sido reduzida pela metade. Por outro lado, o número de pacientes com necessidade de reabilitação, após a alta, parecia triplicar. 

No momento em que vivemos, com a pandemia do Coronavírus, fica ainda mais evidente que os sobreviventes de UTI podem adquirir sequelas tanto funcionais, como cognitivas e psicológicas. 

Isso porque o músculo representa cerca de 40% da composição corporal e é considerado o tecido fundamental para executar os movimentos, incluindo nossas funções vitais, como: mastigação, deglutição e respiração. Dessa forma, o diafragma, músculo responsável pela respiração, se torna o elemento mais importante para o sucesso do desmame da ventilação mecânica (suporte oferecido ao paciente que não consegue respirar espontaneamente por vias normais), por exemplo. 

Nesse contexto, a maneira de tratar o diafragma também deve ser pautada no mesmo modelo de preparo dos músculos dos atletas, já que vencer o desmame ou a desintubação é “praticamente o mesmo esforço” que vencer uma prova de alto nível de rendimento esportivo.  

A importância da proteína para a recuperação do corpo

A importância da proteína ganha destaque, cada vez mais, no que diz respeito ao processo de recuperação dos pacientes e devemos entender melhor as diferentes formas em que ela pode se apresentar nas fórmulas enterais e suas aplicações, considerando a jornada que um paciente pode percorrer e as necessidades nutricionais que o acompanham desde a internação hospitalar até a sua casa.

 

Quando pensamos em uma composição nutricional mais adequada, devemos considerar: fonte e complexidade de nutrientes (carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais), densidade calórica, osmolaridade, tipo de administração, indicação clínica, entre outros aspectos. 

Entenda a classificação das dietas enterais

Relativamente à complexidade de nutrientes, e em especial sobre a proteína, as dietas enterais podem ser classificadas como poliméricas, oligoméricas ou elementares:

– Dietas poliméricas são aquelas que possuem os macronutrientes na forma intacta, sendo necessária um trato digestório funcionante para digestão completa prévia à absorção. Elas têm como principais fontes proteicas o soro do leite, caseinato e a proteína de soja;  

– As dietas oligoméricas e elementares, por sua vez, apresentam os macronutrientes parcialmente ou totalmente hidrolisados e, por isso, requerem menor digestão, exercendo pouco estímulo sobre as secreções digestivas. Nessas fórmulas, a quantidade de proteínas hidrolisadas na forma de peptídeos deve ser superior a 50% do teor de proteína no produto e não devem conter proteínas na forma intacta. As principais fontes proteicas são o soro do leite parcialmente ou totalmente hidrolisado, hidrolisado de lactoalbumina, hidrolisado de soja e caseinato hidrolisado, podendo conter ou não aminoácidos livres como glutamina, arginina e aminoácidos de cadeia ramificada.  

Qual é a dieta mais adequada para seguir?

A indicação da dieta mais adequada dependerá do posicionamento da sonda e da capacidade digestiva e absortiva do paciente, isto é, quanto mais prejudicada as funções gastrointestinais e quanto mais distalmente a sonda estiver posicionada, poderá se fazer uso de dietas oligoméricas ou elementares, para melhor aproveitamento dos nutrientes. 

O comprometimento do trato gastrointestinal pode interferir nas vilosidades, ocasionando: retardo no esvaziamento gástrico, baixa tolerância, pressão intra abdominal aumentada, diarreia ou constipação. E, na prática, existem muitos questionamentos a respeito do uso de fórmulas com dois tipos principais de fonte proteica, a Caseína e o Whey Protein (proteína do soro do leite). Vamos aqui esclarecer, então, alguns pontos importantes: 

O nutricionista é o responsável ideal para ajudar os pacientes e suas respectivas necessidades

Por fim, a avaliação e intervenção nutricionais são da responsabilidade do profissional nutricionista que, ao implementar a terapêutica nutricional mais adequada a cada indivíduo, irá determinar a quantidade necessária e a qualidade da proteína e/ou de aminoácidos, bem como a via de administração deste nutriente. 

A oferta proteica guiada por metas parece estar associada à redução de morbidade e da mortalidade em pacientes graves, sendo de extrema importância para o acompanhamento e recuperação do paciente nas diferentes fases de tratamento (aguda ou crônica), seja em ambiente hospitalar ou domiciliar.